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Artigos Daniel M. Ely

Artigo #03 - Foresight

ESTRATÉGIAS QUE TRANSFORMAM #03 - Foresight

Artigo #03 - Foresight
Estratégia Transformação Organizações Liderança Futurismo 30.03.2023

Nesse terceiro artigo da série: “Estratégias que Transformam” compartilho uma conversa sobre Foresight com André Coutinho. O meu convidado é empreendedor de impacto, agente de transformação e educador de novas lideranças. Seu trabalho catalisa change makers, conceitos e tecnologias como movimentos para enfrentar os desafios complexos que enfrentamos. Sócio do Impact Lab GoFw e da Symnetics com quem já trabalhou em mais de 100 parcerias com organizações de 10 países.

O que é o Foresight e o que ele adiciona aos tradicionais Planos Estratégicos de 3 a 5 anos?

Foresight é um mindset (de antecipação) mas também um método (de planejamento) que parte do princípio que os futuros não podem ser adivinhados (pré-determinados), mas explorados de forma sistemática. Orientando decisões estratégias de investimento, desenvolvimento tecnológico, áreas de oportunidade para inovação e impacto das empresas, e também missões de transformação social dos governos e outros agentes.

Nos últimos anos eu e minha equipe temos preferido utilizar a expressão shape realities (moldar realidades) como narrativa, pois o foresight semanticamente pode deixar várias lideranças empresariais estagnadas no mais do mesmo do presente. Achando que foresight é coisa do futuro. O fato é que muitos acabam delegando o futuro para empreendedores (ex: startups), universidades, governos, como se o mesmo estivesse fora da empresa, o que em parte é verdade, mas não é sustentável. Se a liderança não abraçar e se comprometer com a realização do futuro e articular meios para viabilizá-lo, tudo que vier de fora (estou falando de inovação aberta) terá muita dificuldade para penetrar no coração (core) das empresas. O moldar realidades faz com que nosso mindset e sobretudo nossa atitude enquanto liderança estejam orientados para a transformação da realidade como tarefa do hoje e não do amanhã.

É, realmente, possível criar futuro(s) com a aplicação do Foresight?

foresight surgiu da década de 50 e esteve muito associado às estratégias e investimentos na área de defesa dos Estados Unidos, alguns países da Europa e Japão. Sem a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) não haveria internet (chamada DARPA-Net na década de 70). Ela nasceu de um foresight estratégico sobre tecnologias do futuro que depois tiveram efeito respingando para outros setores sobretudo o de tecnologia e que possibilitou a florescimento do Vale do Silício. Produtos como o I-phone (smart phone) se beneficiou de diversas invenções da DARPA entre elas a Siri e o GPS.

A chave está no mindset e atitude empreendedora capaz de transformar as visões e conceitos futuros mas também o conhecimento e tecnologias emergentes em produtos, negócios e marcas para a sociedade e para o mercado. Jeff Bezos, Elon Musk, Mohamad Yunus, James Dyson, são exemplos de empreendedores visionários que rapidamente prototipam e materializam seus sonhos. Para isto acontecer eles contratam times muito competentes, atraem capital de risco (venture capital), montam estruturas “separadas” do negócio principal e convencem a sociedade (consumidores, governos, parceiros).

Há mais de 5 anos a Embraer criou a Embraer X que é um lab de empreendimentos futuros sediada no Vale do Silício. Via Embraer X já foram lançados 2 novos negócios “futuristas”, o EVE (um EVTOL ou carro voador) e o Beacon (um “uber” para manutenção de aeronaves). Embraer X é um híbrido de laboratório de inovação com venture builder (criadora de novos negócios).

As Estratégias de Foresight mais bem sucedidas que você ajudou a implementar possuíam algo em comum em todo o seu processo de formulação?

Liderança perfil change maker, ou seja, comprometida com a transformação dos negócios e do ecossistema onde atuam. Nas empresas estabelecidas mais que executivos temos (intra)empreendedores predispostos a tomar riscos e articular meios para viabilizar esta transformação. Levar a sério a instalação de estruturas e capacidades dinâmicas recorrendo assim a equipes internas mas também externas (universidades, startups, outras empresas) como parceiros estratégicos para experimentação do futuro. O estabelecimento de um portfolio de experimentos com investimento em capital de risco (ou capital paciente) tipo venture capital. Apostando na criação de valor não só pela rentabilização dos negócios como também na valorização do capital intelectual/conhecimento gerado sobretudo pelos empreendimentos de base tecnológica.

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Uma frase de André Coutinho para você

Propósito (intencionalidade, “missões”), competência (capacidade humana e tecnológica para fazer as coisas acontecerem) e accountability (compromisso e responsabilidade), este é o tripé do foresight para a transformação.

Enfim, processos de pensamento estratégico como o foresight adicionam métodos e uma nova mentalidade para os líderes. Ajudam a modelar novas realidades onde a liderança é parte fundamental. Já existem muitos casos de sucesso que validam que é sim, possível criar futuros com a aplicação do foresight. Assim como variáveis que são comuns aos processos bem sucedidos. Basta agora você mergulhar no tema e adicioná-lo ao seu portfólio de competências e estratégias!

Daniel M. Ely

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