
Artigo #11
OS DILEMAS DE UM LÍDER #11 - Como ser uma pessoa aliada ao tema diversidade e inclusão?

Todos somos diferentes. E o líder precisa ser protagonista nessa temática por também representar a diversidade. No entanto, necessita reconhecer que ainda existem marcadores sociais sub-representados e/ou minorizados nas organizações. E que em relação a esses marcadores, como por exemplo, raça, gênero, sexualidade, deficiência, gerações, religiões e refugiados ainda estamos muito atrasados na jornada de inclusão e equidade. Nesse dilema, provoco algumas reflexões e te convido, junto comigo, a ser um agente impulsionador de uma cultura inclusiva. Reconhecendo privilégios e utilizando o seu poder para promover mudanças reais que impactem um maior número de pessoas!
Como líder, ainda é um desafio falar e escrever sobre o tema. Primeiramente, pelo medo de ser mal compreendido ou colocar alguma palavra, ou pensamento de forma não adequada, equivocada ou fora de contexto. Também pelo fato que a maioria da liderança ainda busca a correta compreensão de cada uma destas 3 palavras: diversidade, equidade e inclusão. Porém, também cabe a liderança não temer o erro e compreender a importância de sua voz, comportamento e ação. Saber que o silêncio e a falta de posicionamento é tão ou mais danoso aos avanços que precisam ser realizados do que um eventual equívoco.
Dessa forma já me antecipo e deixo claro aqui o meu genuíno interesse, como aliado, de ampliar o nível de conscientização das lideranças. Nesse dilema em particular eu também me coloco como aliado de minha filha. Busco sempre que possível ser a voz dela! Perante a discriminação e preconceito ao qual ela está exposta. Sou uma voz ativa na luta pelo maior preparo dos profissionais da saúde, da educação, da iniciativa pública e privada que formam a rede de apoio a todas as pessoas que estão no espectro do autismo.
A pessoa aliada através do seu comportamento dispensa energia para que o movimento de diversidade, inclusão e equidade possa de fato ocorrer. E ele o faz, principalmente, através de sua fala, posicionamentos e comportamentos. Para que esses temas saiam do campo da intenção e discurso para o da ação. Apoiando assim a transformação de uma realidade.
No tema da diversidade, cabe a pessoa aliada antes de tudo se colocar como parte dela. Reconhecer que também a representa. E a partir disto, que é seu dever praticar a inclusão. Tendo empatia e ações genuínas que abram novos espaços para fomentar o respeito e a não discriminação.
Lutar pela igualdade sempre que as diferenças nos discriminem. Lutar pela diferença sempre que a igualdade nos descaracterize. — Boaventura de Sousa Santos
A pessoa aliada, quando liderança deve utilizar do seu “poder” na estrutura hierárquica para abrir novas portas e remover barreiras ainda existentes. Também estar atenta e prestar atenção a comportamentos discriminatórios e preconceituosos. Isso pode incluir desde piadas ofensivas, comentários inadequados até comportamento excludentes. O profissional engajado neste tema nunca deixa que a diversidade e a inclusão sejam “encaixotadas” apenas como um programa do RH de sua empresa. É preciso que essa temática seja parte do seu desenvolvimento como liderança!
A pessoa aliada inicia essa jornada pela sua própria educação. Busca ler e informar-se sobre as questões relacionadas a diversidade, equidade e inclusão (DEI). É inquieto e assim busca compreender as vozes daqueles que estão vivendo experiências nesse campo.
No campo das relações, ele age de forma contundente, irradiando através do exemplo, novos comportamentos a toda a organização. Isto, definitivamente, legitima o seu papel. Por exemplo, quando perante uma situação que é preconceituosa ele consegue agir ao invés de adotar uma postura de neutralidade. Como você liderança, na relação com o outro, está desenvolvendo uma escuta ativa, criando espaços para ampliar as suas relações e dando a oportunidade de outras pessoas entrarem em seu radar diário?
Comece! Ocupe como liderança, o papel de aliado que já lhe cabe. Não espere alguém lhe pedir ou dizer que isto também faz parte do seu papel. Cabe ao líder, potencializar o melhor de cada membro de sua equipe, criar ambientes de segurança e confiança para que as relações entre membros também se potencializem. Isto será impossível de fazer em plenitude, se você não criar ambientes diversos, inclusivos e que ofereçam uma condição de equidade a todas as pessoas!
Resumo das dicas sobre o dilema:
1 - Lembre que todos fazemos parte da diversidade, pois somos diferentes;
2 - Não tenha medo de falar e agir em relação ao tema da diversidade, equidade e inclusão (DEI). A ausência da sua voz e ação é muito mais danosa;
3 - Através do seu comportamento dispense energia para que o movimento de mudança nessa temática possa de fato ocorrer;
4 – Como liderança, use do seu “poder” na estrutura hierárquica de sua organização para abrir novas portas e remover barreiras ainda existentes;
5 - Preste atenção a comportamentos discriminatórios e preconceituosos;
6 – Não permita que a diversidade e a inclusão sejam “encaixotadas” apenas como um programa do RH de sua empresa. Torne essa temática parte do seu projeto pessoal;
7 - Inicia essa jornada pela sua própria educação. Leia e informe-se sobre as questões de diversidade e inclusão e ouça as vozes daqueles que estão vivendo essas experiências;
8 – Aja, no campo das relações, de forma contundente, irradiando através do exemplo, novos comportamentos a toda a organização;
9 - Perante uma situação que é preconceituosa aja ao invés de adotar uma postura de neutralidade. Lute contra a discriminação;
10 - Comprometa-se com o aprendizado contínuo: Esteja sempre disposto a aprender e crescer.
Lembre-se de que ser uma pessoa aliada da diversidade e inclusão requer ação constante e uma atitude comprometida e solidária.
Daniel M. Ely
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