Liberte-se para liderar!

Tenho a convicção de que o mundo do trabalho pode ser muito melhor e mais divertido daquele que eu vivi por quase 30 anos. Para isso acontecer, um dos segredos é estar mais disponível para nós mesmos e para os outros. E isso depende de nossas atitudes e de, verdadeiramente, nos importarmos com o outro e com o contexto no qual estamos inseridos. 

Na vida, apenas perante ao diagnóstico de uma doença grave ou de grandes perdas, como a morte de uma pessoa querida, acabamos por repensar toda a nossa trajetória e rever prioridades. Como executivos, de tempos em tempos também somos convidados a repensar a nossa agenda, a revisitar as nossas prioridades e disponibilidades. Muitas vezes, acabamos por não aproveitar essas oportunidades para focar no que realmente importa.

Antes de tudo, precisamos nos tornar mais disponíveis para nós mesmos. Sempre que possível, não abro mão de realizar uma das refeições do dia com a minha família, assim como, abrir espaço na minha agenda para momentos meus. A habilidade está em fazer trocas e focar em soluções mais assertivas. Comece, por exemplo, transformando a sua reunião semanal com a equipe para quinzenal ou mensal. Charlene Li, em seu livro “Liderança Aberta”, reforça a capacidade do líder de abrir mão do controle na hora certa, no lugar certo e na proporção certa. Eu somo a essa sugestão a de investir mais nas relações de confiança do que nas hierárquicas.

O processo de transformação de um gestor para um líder exige que tenhamos mais tempo para inspirar as pessoas. Se antes eu dedicava até 70% de meu tempo para fazer gerenciamento de processos, sobrando pouco espaço para liderar e inspirar, hoje consigo reverter essa lógica. Ao repriorizar o tempo, é possível estar mais disponível para o que realmente interessa, que é potencializar o melhor das pessoas, entender as suas expectativas e construir pontes.

O avanço exponencial das novas tecnologias acaba provocando ansiedade ante as dificuldades para acompanhar e se importar com tudo. Precisamos priorizar as tecnologias e os modelos de negócios que se adaptam às nossas necessidades. Isso proporciona satisfação pessoal, saúde mental e traz impacto positivo para a organização na qual trabalho, bem como, para o ecossistema onde a mesma está inserida. Neste contexto de grandes transformações, é preciso começar a tirar ferramentas antigas da mochila para fazer novos espaços e estar disponível para o que de fato é essencial. Sempre podemos nos reinventar, ficar mais leves, ter mais tempo para os outros e para nós mesmos!