Nova Mentalidade
Uma lacuna exponencial
Ao longo dos últimos anos, quatro inquietações passaram a me acompanhar no dia a dia. Tenho presente que a nova forma de pensar deixou de ser linear e passou a ser exponencial. No pessoal, estamos, o tempo todo, sendo estimulados a aprender e criar coisas diferentes, a fazer coisas diferentes. No empresarial, o desafio é desenvolver produtos e serviços novos, pensar em modelos de negócios disruptivos. Essas inquietações são traduzidas também pela criação do que venho chamando de lacuna exponencial.
A minha primeira inquietação está na percepção de que as tecnologias estão evoluindo de uma forma exponencial e convergente. E é preciso acelerar o passo para entender as novas oportunidades que elas nos trazem.
O segundo ponto é que a nossa capacidade humana de aprendizado é incremental, a nossa mudança de mentalidade acontece de forma mais lenta. Ou seja, estamos em um momento em que não conseguimos mais acompanhar todas essas transformações, na mesma velocidade em que elas acontecem.
A minha terceira inquietação é que as organizações, onde deveríamos ser treinados, também são, via de regra, lineares. Isso vale tanto para as empresas, escolas e universidades. Eu, por mais de duas décadas, fui desenvolvido dentro de um modelo de executivo tradicional, treinado com muitas ferramentas de gestão do século passado. Hoje, quando tento aplicá-las nesse novo contexto, elas, ou não servem mais, ou não trazem o melhor resultado.
A minha quarta inquietação está ligada ao fato de que percebemos o mundo a partir do que somos e vivenciamos. As nossas experiências anteriores nos levam a olhar o futuro, muitas vezes, sem enxergar as reais possibilidades de fazer coisas diferentes. Como líderes, fomos condicionados a ter todas as respostas, a demonstrar força. Comecei a perceber que o mais importante era saber fazer as perguntas corretas e buscar as respostas através de conexões. Mergulhando em um processo de aprender, desaprender, reaprender e compartilhar.
Percebemos o mundo a partir do que somos e vivenciamos.
Daniel M. Ely
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